24 de janeiro de 2012

Quando outro você

Estou me tornando tudo o que eu não queria ser.
Ovacionando cada vez mais a simplicidade
Quando outrora era afim da megalomania.
Eu sonhava tanto e tão grande
Que mal aguentava pouco tempo de sono:
Minha cabeça explodia.

Acordei doente um dia desses...
Eu morro um pouco
A cada abraço que dou sem vontade,
Porque aprendi a lidar com a mimésis.
Eu tive de passar por uma escola que não queria.
Aprendi a ser menor do que posso
Por vaidade avessa.

Quando descobri minha carga intensiva de nada a ver comigo
Quis pular ao módulo iniciante,
Talvez intermediário totalmente equivocado...
Então, novamente, com diploma de ideias sólidas
Liquidifiquei sabedoria que me servia para dois salários mínimos -
E olhe lá! -
Prestei desserviço à minha antiga tolerância.
Envelheci a saudade;
Coloquei-a num caldo grosso chamado mito.
E apareci na janela muito menos vezes...
Era uma poesia a cada Era Solitária.