23 de maio de 2017

Oração da Serenidade (versão pagã)

Dessas lágrimas que hoje derramei
Ao lembrar-me do teu esquecimento
Por um momento,
Um lapso de rei,
Ficam algumas gotas de tópicos a lembrar,
Neste castelo sombrio:
Há vida depois ti;
A vida depois de ti é fim fragmentado;
Fragmentos do coração que do corpo separou-se
Ficaram aí sobre o lençol laranja;
Ficou vazio de sentido;
E, de dolorido, fiquei mudo;
Só falo de ti em todos os dias pós-nós;
A voz pereceu à ressaca em Vera Cruz;
Um vinho tinto derramado na toalha branca;
Um brinde de água e nada mais;
Aridez, por fim, em mim, pôs-se.
Sol de cada manhã, traduzo e adapto
Uma velha sentença estadunidense,
Americana como eu,
Cristã como não mais sou,
Ainda que sereno como a oração:
Mar Salgado, dá-me a serenidade para aceitar
A distância que não posso mudar;
Coragem para mudar a pangeia se eu puder;
E sabedoria para entender a separação