Foi quando Paco Agnus se encostou no lado direito da cama que o nada a ver pareceu inerente à via de suas dúvidas, tantas delas, sem as respostas imediatas de que ele tanto precisa.
Paquito, jovial, começou a perceber os cabelos brancos que se multiplicaram, denunciando um semestre perdido na esperança que ele arrancou de olhos vendados das velhas alfaias que colaboram aos macacatus. Baque solto, como solto à queda, caindo, sem direção. Pacón, sentia-se pela instância idosa dos sinais vaidosos de necessidade vã. Quantos Pacos haviam ali? Não sabia, não queria saber. Paco que nos anjos acreditava, crucificou as crenças nas letras garrafais, nos textos livres e na literatura envergada ao bel prazer. Pois, sim, agora, põe-se a escrever, descrente.
Amada Negrinha,
Desde muitos dias, estes sóis me trazem rugas, apenas. O tempo me é uma agressão. Faz frio aqui e a luz brilha torturosamente. Olha, que a noite nunca foi tão agradável desde aquela última que me telefonaste para avisar que a rua estava calma, e na porta, dentro do automóvel, desejavas ouvir meus desejos de boa noite e queixas de saudade. Eu, a imaginar que minha voz perfurava o imenso silêncio do dorminhoco Capibaribe. Rio-testemunha do nosso segredo desapropriado à uma metrópole esquisitamente debochada das minhas dores de hoje em dia.
Olha, mulher ingrata, eu daria tudo para me embebedar do teu sorriso, mas sorris para qualquer um moço, desses fartos que existem por aí em tua agenda a sete chaves, para que tua mãe não saiba quem és na intimidade. Soube por vago pressentimento que agora tua vida é o ápice-querendo-um-pouco-mais, em que me excluis da subida, sem desejo de olhar abaixo. Não estarei ali, estimada. Nossos parâmetros de medida são diferentes desde princípios. Preferes os robustos, encorpados, peludos e vadios. Prefiro os dotes de quem me rouba sorriso ou lágrimas de falta fazer. Queres a opção nos leques e nos catálogos da desavergonhada luta de canibais famintos. Eu quero prioridade de uma dieta rica de apenas um lugar.
Eu tenho andado tanto, negrinha trabalhadora, a buscar o serviço das gentilezas. Visitei as praças que tantas negras poderiam ser tu. Ainda de longe, não as dei a posição que ocupavas. Os garanhões e temidos amigos dizem que o macho fraco sou eu; quem chora por falta tua. Aconselham-me provar outros temperos e texturas.
Eu tenho me iniciado no teu caminho sem vergonha e alguns resultados são positivos, se à noite não me recordar de pedir a Deus pela tua alma insana, que busca santidade na cultura popular, na religião não praticante ou nos editais do teu sonho de consumo. Semana que passou, eu mesmo não aguentei após uma oração em que pedia, ao pai, tua felicidade, quando me questionei qual vingança eu poderia ter após tua sacanagem, ó, mulher!
No entanto, minha boa alma não congrega com essas revanches banais. Aí eu chorei. Aquele mesmo tolo de sempre, que enchia teus ouvidos de poesia desvalida, no final das contas. Depois de tanto tempo, o resultado das abstenções foi essa sequidão no meu peito e o olhar que avalia todas outras como putas que encantam como canto traidor de Ossanha.
Então, visto hoje meu terno mais bonito e saio por aqui a rir dessas meretrizes da modernidade, que saem com um e com outro em troca de status, um suvenires ou a pequena morte, tão cultuada.
Então, no fim da noite, eu já embriagado dos entorpecentes lícitos que a minha vida de prazeres fugidios me proporciona, eu sento à mesa, cansado, de tanto em pé observar as mal pagas. E na mesa, que te falta, dói-me. Negrinha dos meus saudosos meses, conseguiste o que querias?
Hoje, eu não acredito mais nas mulheres porque todas elas são que nem tu e teus muitos nomes. Mulheres que apenas mudam de nome.
Paquito, jovial, começou a perceber os cabelos brancos que se multiplicaram, denunciando um semestre perdido na esperança que ele arrancou de olhos vendados das velhas alfaias que colaboram aos macacatus. Baque solto, como solto à queda, caindo, sem direção. Pacón, sentia-se pela instância idosa dos sinais vaidosos de necessidade vã. Quantos Pacos haviam ali? Não sabia, não queria saber. Paco que nos anjos acreditava, crucificou as crenças nas letras garrafais, nos textos livres e na literatura envergada ao bel prazer. Pois, sim, agora, põe-se a escrever, descrente.
Amada Negrinha,
Desde muitos dias, estes sóis me trazem rugas, apenas. O tempo me é uma agressão. Faz frio aqui e a luz brilha torturosamente. Olha, que a noite nunca foi tão agradável desde aquela última que me telefonaste para avisar que a rua estava calma, e na porta, dentro do automóvel, desejavas ouvir meus desejos de boa noite e queixas de saudade. Eu, a imaginar que minha voz perfurava o imenso silêncio do dorminhoco Capibaribe. Rio-testemunha do nosso segredo desapropriado à uma metrópole esquisitamente debochada das minhas dores de hoje em dia.
Olha, mulher ingrata, eu daria tudo para me embebedar do teu sorriso, mas sorris para qualquer um moço, desses fartos que existem por aí em tua agenda a sete chaves, para que tua mãe não saiba quem és na intimidade. Soube por vago pressentimento que agora tua vida é o ápice-querendo-um-pouco-mais, em que me excluis da subida, sem desejo de olhar abaixo. Não estarei ali, estimada. Nossos parâmetros de medida são diferentes desde princípios. Preferes os robustos, encorpados, peludos e vadios. Prefiro os dotes de quem me rouba sorriso ou lágrimas de falta fazer. Queres a opção nos leques e nos catálogos da desavergonhada luta de canibais famintos. Eu quero prioridade de uma dieta rica de apenas um lugar.
Eu tenho andado tanto, negrinha trabalhadora, a buscar o serviço das gentilezas. Visitei as praças que tantas negras poderiam ser tu. Ainda de longe, não as dei a posição que ocupavas. Os garanhões e temidos amigos dizem que o macho fraco sou eu; quem chora por falta tua. Aconselham-me provar outros temperos e texturas.
Eu tenho me iniciado no teu caminho sem vergonha e alguns resultados são positivos, se à noite não me recordar de pedir a Deus pela tua alma insana, que busca santidade na cultura popular, na religião não praticante ou nos editais do teu sonho de consumo. Semana que passou, eu mesmo não aguentei após uma oração em que pedia, ao pai, tua felicidade, quando me questionei qual vingança eu poderia ter após tua sacanagem, ó, mulher!
No entanto, minha boa alma não congrega com essas revanches banais. Aí eu chorei. Aquele mesmo tolo de sempre, que enchia teus ouvidos de poesia desvalida, no final das contas. Depois de tanto tempo, o resultado das abstenções foi essa sequidão no meu peito e o olhar que avalia todas outras como putas que encantam como canto traidor de Ossanha.
Então, visto hoje meu terno mais bonito e saio por aqui a rir dessas meretrizes da modernidade, que saem com um e com outro em troca de status, um suvenires ou a pequena morte, tão cultuada.
Então, no fim da noite, eu já embriagado dos entorpecentes lícitos que a minha vida de prazeres fugidios me proporciona, eu sento à mesa, cansado, de tanto em pé observar as mal pagas. E na mesa, que te falta, dói-me. Negrinha dos meus saudosos meses, conseguiste o que querias?
Hoje, eu não acredito mais nas mulheres porque todas elas são que nem tu e teus muitos nomes. Mulheres que apenas mudam de nome.
Paco Agnus.
Em tom de despedida; mais umas rabiscadas, apaziguando terrorismo literário que pouco lembra os dias agonias que sua negra lhe trouxe, Paco amassa o papel para que o mundo não conheça o fim da picada e a peçonha que hoje corre no seu sangue.
Imagem: capturada de http://saudealternativa.org/wp-content/uploads/2008/01/veneno_small.jpg
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