Quantas constatações nos nossos olhos e o silêncio pensativo de quem arranjava palavras à inabilidade de atitudes convenientes por exercício do prazer. Não correspondi o prazer; amiúde, sabe, não tenho sido tão responsivo quanto calado fico predominantemente. Penso que talvez viva a etapa mais silenciosa, menos responsiva, mais intolerante, menos equilibrada: uma equação insolúvel dos dias de glórias mortas.
Bem, era irresponsabilidade na cabeça que mantinha a tensão a cada minuto, percebe? Era bem menos eu ali do que eu já tinha sido dois dias atrás. Eu estava, no entanto, completo e ao mesmo tempo escutava o eco no vazio que preenche qualquer cômodo com mobília e pouca luz. Será que você percebeu mesmo que eu estava doente? Deve se acostumar ou ter costume a cada ocasião dessa! Tentou, ao menos. A minha dúvida, realmente, deixou-me doente: sempre, no mínimo, duas propostas antagônicas me equilibravam sobre as pernas... Animal que sou, circunstancialmente uma centopeia desequilibrada, quando liga/desliga o botão da função "representar". Não é um disfarce. É um eufemismo natural de um paciente que pleiteia alta... Altos e baixos orgânicos, você percebeu, que eu sei! Você cogitou muitas coisas e até me perguntou se eu tinha alguma coisa que queria falar. Sim tenho. Mas me interrompeu mais uma vez dizendo que já sabia tudo o que se passava na minha cabeça. E acertou resumindo em adjetivos. É... não precisa muita pretensão para devolver em palavras ou gestos o que as mãos hesitam ou a boca titubeia. É bom ter cumplicidade quase que imediata, ainda que ela acabe em um par de horas ou uma prorrogação inconclusa. Chegar a concluir da noite, agradecidos, nós, e mais eu, não por cura, mas ser muito bem tratado.
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