15 de dezembro de 2009

Nada Se Compara a Você



Você descobre que uma atitude banal sua, muito comum na prática de quem está apto aos prazeres os quais não duram mais que alguns minutos, pode consumir o resto do seu dia de tal forma a descarregar na consciência toneladas de arrependimento. Você tem duas opções: autossabota, para evitar arrepender-se depois ou acende o fósforo da libido e deixa queimar e, somente no check out, saber as despesas que arcará por um dia de gente normal.

Quando eu estive cara a cara com minha mais libidinosa rendição (testosterona devastadora de 'eternidades'), eu parei e avaliei o lugar comum, a pessoa comum, o ato comum; e mais do que uma simples música que me passou à cabeça, desejei uma Aria e só havia uma faixa Pop para embalar meus ouvidos. Eu surtei! Preferi o silêncio de casa, a solidão das paredes mudas e livros espalhados, clamando leitura necessária. Assim, fui escutar minha cantora favorita a fim de transformar metade do dia em algo que valesse mais do que qualquer partitura, se houvesse, em mim, talento para tal coisa fazer. Amo música, mas apenas sou um apreciador dela. Na minha humilde posição, orgulho -me de ser um bom ouvinte.

Então, fui matar saudade da irlandesa controversa, que há muito tempo não parava e viajava nas suas letras e melodias. Escutei Emma's Song, uma das minhas canções prediletas dela. No entanto, o mundo conheceu Sinéad O'Connor com o seu hit mais famoso, portanto decido aqui compartilhar: Nothing Compares To You.


O som me fez voltar à atividade doentia de pensar e pensar, e voltar, também, à idiotia de consagrar o infame saudosismo da sobriedade que um dia alguém pôde me oferecer, que deixou a marca maior dessas marcas que a gente leva como estampa de pele e alma. Eu tive novas oportunidades, mas só, por ora, deixe-me acreditar que, ainda, nada se compara a você, azeviche do meu passado carbonizado
.


Nenhum comentário:

Postar um comentário