13 de dezembro de 2009

Quando a tempestade cansa


A natureza tem poderes sobrenaturais? Duvido. Tudo é o perfeito estado de harmonia. Nada de graça ou paranormalidade. Ciclos se completam. E só.

Um dia desses me meti numa tempestade daquelas, para desafiar a minha incubência de ser humano diante de força maior ou talvez força alterada diante da minha força inalterada a essas coisas de bater, chacoalhar e sangrar: meu coração continua o mesmo, se bem que minhas mãos estão frias...

Eu toquei, para sentir a temperatura de corpo estranho; eu precisava de calor, ainda quando pensava que a frieza era necessária. Senti a caleifação dos rumores. Então, percebi a tempestade soprando ar quente, uma ventania diferente e uns pingos de chuva. Eu nunca mais tive frio durante uma turbulência que me sacudia para direções, tão velozmente...

Quando eu estava completamente molhado, eu ria. E o calor se espalhava no meu corpo e eu me sentia em brasas, quase liberando vapores como um bule com seu café, fervendo.

Quando eu estava completamente seco, eu chorava. A secura que invadia minha alma fazia doer os ossos, os nervos e o passível de controvérsia, espírito desencarnado.

Caminhei com pouco intervalo de calmaria. Quase sempre choveu esses dias, com raios e ventos fortes, devastação de plano para noite, ainda no meio da tarde. Não era bom fazer planos confiando na meteorologia. O mau tempo vinha e acabava tudo. Eu desafiei as previsões e nada poderia sucumbir meus planos. Comprei um guarda-chuva resistente, uma capa impermeável e me meti dentro da tempestade, caminhando até o dia em que eu cansei de enfrentá-la. No fundo, os radares já previam.


Imagem: extremeinstability.com


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