Tão cedo de domingo, logo acordei desatento,
Sem previsão de chuva, sem previsão do tempo.
Levantei-me rebocado de preguiça
Dessa que não há sol a pino nem vento
Nem intento que eficazmente atiça.
Relutei o contratempo de minha formosa medida
A ler a última notícia de meu suficiente contentamento.
Tão breve a alegria de tão cedo domingo
Foi acrescida de um efêmero diálogo
Entre duas naturalidades vizinhas
Que delimita o imaginário e limita minha alegria.
Não se compara a outro, que falta
E pouco diz, como céu claro, se me completaria.
Dei-me às lembranças de rios
E ilhas poluídas entre vias cortantes
Dei-me ao luxo dos errantes
De imaginar o que de ideal não bastaria.
Transporte-me, sonho, às pontes cabíveis
A conectar cidades e convergir amantes.
Dei-me ao luxo dos leitores
De viajar de súbito a lugar paisano,
Onde minha guerra não exista,
Onde sua justiça seja calor humano
Que não me faça lembrar o horror
Das trincheiras internas com hora marcada
Da noite que chega, a dormir, alagoano.
Ouça: Frevo Nº2 do Recife
Foto: Olinda (Recife ao fundo), por Angelo Vagni
Cris, você é um verdadeiro poeta, como nunca vi igual. Creio que os grandes poetas se orgulhariam de você, certamente.
ResponderExcluirBeijoo