Entre a desconfiança e a certeza há uma lacuna onde a cogitação habita. Um habitat inóspito sobre o alicerce da conjectura. Suas vigas de possibilidades não sustentam confiavelmente o telhado de vidro que cobre de probabilidade os relativos [in]cômodos.
Eu entrei neste lugar sem mínima atração de moradia. Apenas pude constatar um habitante: há uma curiosa figura que possui duas faces, mas ainda não sei, ao certo, qual é a verdadeira e qual é a fantasia.
Passou algum tempo e eu também abri as portas da minha habitação. Convidei a incerteza para entrar, a fim de que ela pudesse confirmar, em face às suas dúvidas e, quem sabe, projetar-se no meu exemplo simplório - no entanto pleno de veracidade - e mudar sua atitude de indecisão, até que a máscara caísse e eu pudesse ver seu semblante real. Ainda não ocorreu...
Um outro tempo se passou e não vejo a tal incerteza. Ela não deu às caras por aqui, nem como, de praxe, após seus momentos prioritários para, assim, após o deleite em sua preterição, na condição coadjuvante que me faz parecer esperando por ela, gozarmos de horas afins. Gozo do qual ela necessita fortuitamente para que, talvez, decida de qual lado do muro que a suspende, pondo-a no patamar da abstenção, ela caia, pendendo, e se faça menos onerosa do que a contradição dos seus olhos que dissimulam.
Entre a desconfiança e a certeza há, ainda, a lacuna onde a cogitação habita, onerosa, avessa, descomprometida, no centro de sua atenção sobre si mesma. Lugar comum que ela fica e eu não consigo alcançar. Eu, do lado de cá, não posso tê-la à participação nos cálculos, nas teorias, nas comprovações. Ela, naquele lugar, à vontade fica para ter apenas, como bônus, uma comprovação em sua vida, diante dos meus olhos, antes à ela atentos: seu próximo passo é mais inseguro do que a falta de confiança em mim depositada; seu próximo passo, sem garantias de estabilidade, será em falso.
Em cima do muro, é o lugar perfeito para quem quer permanecer incerto.
Passou algum tempo e eu também abri as portas da minha habitação. Convidei a incerteza para entrar, a fim de que ela pudesse confirmar, em face às suas dúvidas e, quem sabe, projetar-se no meu exemplo simplório - no entanto pleno de veracidade - e mudar sua atitude de indecisão, até que a máscara caísse e eu pudesse ver seu semblante real. Ainda não ocorreu...
Um outro tempo se passou e não vejo a tal incerteza. Ela não deu às caras por aqui, nem como, de praxe, após seus momentos prioritários para, assim, após o deleite em sua preterição, na condição coadjuvante que me faz parecer esperando por ela, gozarmos de horas afins. Gozo do qual ela necessita fortuitamente para que, talvez, decida de qual lado do muro que a suspende, pondo-a no patamar da abstenção, ela caia, pendendo, e se faça menos onerosa do que a contradição dos seus olhos que dissimulam.
Entre a desconfiança e a certeza há, ainda, a lacuna onde a cogitação habita, onerosa, avessa, descomprometida, no centro de sua atenção sobre si mesma. Lugar comum que ela fica e eu não consigo alcançar. Eu, do lado de cá, não posso tê-la à participação nos cálculos, nas teorias, nas comprovações. Ela, naquele lugar, à vontade fica para ter apenas, como bônus, uma comprovação em sua vida, diante dos meus olhos, antes à ela atentos: seu próximo passo é mais inseguro do que a falta de confiança em mim depositada; seu próximo passo, sem garantias de estabilidade, será em falso.
Em cima do muro, é o lugar perfeito para quem quer permanecer incerto.
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