Assim que o profissional aprende a técnica de seu trabalho, chega o momento de pôr a 'mão na massa'. A prática cotidiana aprimora o labor, e o feito corporativo é acrescido cada vez mais de valores, surgindo então, o profissional qualificado que o mercado exige: detentor da técnica e da experiência. Cada vez que um valor novo é incorporado ao seu trabalho, o ambiente de negócios chama isso, também, de aprimoramento.
O artista tem função semelhante. A técnica, que muitas vezes não vem por metodologia ensinada, está pelo talento ou autodidática: é o seu primeiro passo. A experiência é o que persiste quando a 'mão na massa' se repete, igual ao técnico. E aquele tem a regalia de escolher se quer o mercado ou apenas uma galeria (ou o ermo).
A peculiaridade está, exatamente, no que separa o artista do homem de negócio por aquela 'mão na massa'. Mãos à obra viraram lema na competitiva sociedade que exige das pessoas a permuta e, triste e novamente, o escambo. O dom artístico começa a sobreviver dentro do campo de superação e competitividade, sempre com ele mesmo. Daí, acho que surgem, daquele lema, as maciças mãos à obra e, enfim, a obra-prima.De um lado, vejo, o homem de negócios, conquistando a liderança; e, do outro, o artista, entregando sua obra-prima.
Na arte de produzir, garimpar, lapidar e entregar palavras, o artista tem de se qualificar de diversas formas, embora se saiba que o caminho até entregar a obra-prima pode demorar. Talvez esta não seja uma ideia que persista em um artista, porque ele há de se dividir em dois, como mercador de suas belas-artes, sob o discurso da sobrevivência. Entretanto, é possível, mesmo, quando não precisa enviesar a superação da escrita e, então, descobrir que, sem nenhum intuito mercadológico, sua obra-prima está a lê-lo.
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