Ah, visão turva!
Por lágrimas avulsas, intrigantes
Que denunciam imensa emotividade
E o pouco tempo causando tanto
Não me arrependo,
Não tenho tamanho medo
Nada é para sempre,
Mas suficiente é para prevalecer
No tempo oportuno que lhe abre espaço.
Ah, visão turva!
Por lágrimas sinceras, severas
De perspicácia e de praxe cobrança;
É como baile, como uma dança,
Deslizando suavemente sobre a face
Como lenta valsa.
Não irei contar os dias, porém;
Nada irá tão além do gozo
Das horas afins, dos olhares entrelaçados,
Dos beijos não coordenados
E do tempo esquecido.
Ah, visão turva
Por lágrimas gritantes, ora silenciosas.
Não querem resumir no tempo
O que já é incessante,
ainda que num só segundo.
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