28 de julho de 2009

Por ser brasileiro, eu assino embaixo.


Eu nasci brasileiro, filhos de pais nascidos em território tupiniquim; não posso ser diferente, mas hoje, tenho orgulho disso. Não é mais uma vergonha ser brasileiro nato, cheio de minhas peculiaridades. Minha nacionalidade é de causar inveja, dito isso, o texto abaixo, explicaria melhor:

"A inveja é um sentimento básico no Brasil. Está para nascer um brasileiro sem inveja. A coisa é tão forte que falamos em 'ter' - em vez de 'sentir' - inveja. Outros seres humanos e povos sentem inveja (um sentimento entre outros), mas nós somos por ela possuídos. Tomados pela conjunção perversa e humana de ódio e desgosto, promovidos justamente pelo sucesso alheio. Nosso problema é o sujeito do lado, rico e famoso, que esbanja reformando a casa, comprando automóveis importados e dando 'aquelas festas de tremendo mau gosto!'. Ou é o sujeito brilhante que - estamos convencidos - 'tira' (rouba, apaga, represa, impede) a nossa chance de fulgurar naquela região além do céu, pois residindo no nirvana social dos poderosos (mesmo quando são cínicos e fracos); dos ricos (mesmo quando pobres e sofredores); dos belos (mesmo quando são feios); dos famosos (mesmo quando são fruto promocional das revistas e jornais); e dos elegantes (mesmo quando são cafonas), estariam acima de todas as circunstâncias.

Estou seguro que não é o patriotismo mas a inveja, o sentimento básico de nossa vida coletiva. Para começar a gostar do Brasil, tínhamos que invejar a França, a Inglaterra, a Rússia, a Alemanha, a Itália e os Estados Unidos. Era, sem dúvida, a inveja que nos fazia torcer pela queda do Brasil no tal abismo de onde ele sairia melhor do que todo mundo. Antes do sexo, o brasileiro, tem inveja. Ela antecede a sensualidade e o erotismo, sendo básica na formação de nossa identidade pessoal. Você sabe quem é, leitor, pela inveja que sente todas as vezes que encontra o tal 'alguém' que, pela relação invejosa, te faz sentir um bosta: um 'ninguém'.

Como as nuvens em volta das montanhas, a inveja se adensa em torno de quem é visto como importante, de modo que, ser invejado, é equivalente a 'ter poder', 'charme', 'prestígio' e 'riqueza'. Dizem que a inveja é perigosa, mas o fato concreto é que não há brasileiro que não goste de ser invejado por alguma coisa. Pelo salário, pelo poder, pela beleza, pelo sucesso, pela inteligência e até mesmo pelas sacanagens, injustiças, calúnias, e descalabros que comete. Num seminário recente sobre 'Ética e Corrupção', eu disse que é justamente a vontade de ser invejado que descobre os corruptos. Pois diferentemente dos ladrões de outros países, que roubam e somem no mundo, os nossos são forçados pela 'lei relacional da inveja' a retornar ao lugar natal para mostrar aos seus parentes, amigos e, acima de tudo, inimigos, como estão ricos e, nisso, são denunciados, presos, soltos e finalmente colocados no panteão cada vez mais extenso dos canalhas nacionais. Dos infames que comprovam como a inveja e o desejo de ser invejado é o motor da vida brasileira.

Minha tese é a de que até a canalhice é invejada no Brasil. Richard Moneygrand, o grande brasilianista, escreveu no seu diário filosófico, Voyage Into Brazil que: 'Para os brasileiros, um dia sem inveja, é um dia sem luz. A inveja confirma a idéia nacional do sucesso para poucos, como antes confirmava o berço e o sangue para a aristocracia e a superioridade social para os funcionários públicos e senhores de engenho. Todos a condenam, mas ninguém pode passar sem ela.'

A inveja, digo eu, é o sinal mais forte de um sistema fechado, onde a autonomia individual é fraca e todos vivem balizando-se mutuamente. O controle pela intriga, boato, fofoca, fuxico e mexerico é a prova desse incessante comparar de condutas cujo objetivo não é igualar, mas hierarquizar, distinguir, pôr em gradação. O horror à competição, ao bom senso, à transparência e à mobilidade, é o outro lado dessa cultura onde ter sucesso é uma ilegitimidade, um descalabro e um delito.

O êxito demarca, eis o problema, um escapar da rede que liga todos com todos. Essa indesejável individualização tem mais legitimidade quando vem de quem já está estabelecido. Daí ser imperdoável que Fulano - 'aquela figurinha' - o faça, destacando-se pelo disco, novela, livro ou empreendimento desse mundo onde todos são pobres e miseráveis por definição e por culpa do 'social'. O pecado mortal das sociedades relacionais é justo essa individualização que separa o sujeito de uma rede hierárquica. Rede que nos persegue neste e no outro mundo.

Como, então, não sentir inveja do sucesso alheio, se estamos convencidos que o êxito é um ato de traição a um pertencer coletivo conformado e obediente. Como não sentir inveja se o exitoso é aquele que recusa ser o bom cabrito que não chama atenção e passa a ser o mais vistoso - esse símbolo de egoísmo e ambição? Ademais, como não ter inveja, se o sucesso é um sinal de pilhagem de um bem coletivo? Essa coletividade que, entra ano e sai ano, continua a ser percebida como mesquinha, subdesenvolvida, pobre e atrasada? Como um bolo pequeno e que jamais cresce, destinado a ser comido somente pelos que estão sentados à mesa?"

E por ser brasileiro é que eu assino embaixo, mas logo abaixo do nome dele, que tanto invejo!

Texto incidental: Você tem inveja?, de Roberto DaMatta
Imagem: capturada de Goyco Design

21 de julho de 2009

Dia Mundial da Amizade

Ontem foi a data comemorativa do Dia do Amigo. Recebi algumas mensagens SMS e alguns amigos desejaram um feliz dia no espaço virtual. Fico muito grato a todos que se lembraram de marcar essa data com uma mensagenzinha! Então, lembrei-me de um e-mail que, certa vez, alguém muito especial me enviou; um poema simples, mas uma bela mensagem. Infelizmente não sei quem é o autor(a)...

AMIGOS E LIVROS

"Devemos buscar amigos como buscamos livros.
Acertar na procura.
Não exija que sejam muitos,
Mas que sejam fiéis.
Não exija que tenham boa profissão,
Mas, sim, bom coração.

É triste a pessoa que não pode buscar livros
Por não saber lê-los.
Mas é ainda mais triste aquele
Que não pode buscar amigos
Por não saber conquistá-los.
É triste a estante vazia por falta de livros,
Mas é ainda mais triste
O ser humano oprimido por falta de amigos.

Os livros nos tiram da turbulência da alma,
Nos fazem refletir sobre grandes acontecimentos,
Mas o amigo converte tormentas e tempestades
Em chuvas de sentimentos.

Não podemos chamar de rica
A pessoa que tem livros,
Mas podemos afirmar que é mendigo,
Aquele que não tem amigo."

Imagem: Maurício de Souza

17 de julho de 2009

O Alagoano do Mundo


Não se sabe, ao certo, o que vale mais nesse jogo de valores. Eu tenho batido na mesma tecla durante vários anos de busca incessante por alguns bons momentos coletivos, onde dois são suficientes para interpretar. Eu saio apostando as cartas que tenho nas mangas, nos limões azedinhos que eu provei com sabor de melancias, doces e suaves. É como cantou Cazuza sobre a sorte de tal amor, com o sabor que a fruta oferece ao mordê-la para saciar fomes mais profundas.

No começo do pesado ano de decisões e sensações de últimas cartadas, eu vi tanto exemplo de coisas ausentes em mim. Eu queria aquelas que não eram minhas, eu pedia um pouco de doação. Eu doava meu cesto frutífero e ouvi dizer que eu não era um ovo a se misturar em cesto tão nobre para não quebrar os outros, tão frágeis. Então, indaguei a fragilidade de um sentimento. E as respostas vieram em safras pequenas, sazonais e eu via, assim, um pomar se transformar em objeto de coacla, onde soava um "vai tomar..." bem educadamente. Não, não era uma crise existencial minha! Era 'sei lá o quê!' que me fez ressurgir no poleiro alheio, com a impetulância de me achar 'o de ouro', quando não era.

Amigos 'mais ou menos', com suas aspas circunstanciadas me fizeram valer em um consumo que eu não mais queria. Amigos oniscientes da minha repetitiva prosódia, lamentosa e lamentável, ouviram, às vezes, calados e outras tantas, incisivos e incertos do terreno da incerteza. Ai, o mesmo cara com seus dramas e sua mania incansável de acolher o primeiro fruto tirado da árvore pecaminosa! Ai, ais de tramas e traumas! Aí, eu vi o tempo correr e as linhas do meu Trabalho de Conclusão de Curso percorrer por outro caminho que eu inventei para protelar mais uma vez sabedoria que os mestres e doutores leem tese. Síntese de alguns anos graduados na academia de poucos alunos. Antítese que veio no final do percurso, com uma decisão de um Supremo Tribunal que acolheu os bons dotes, em forma de lobbies, reduzindo o valor de um papel proficiente da sonhada mobilidade social.

Seriam vãos os anos se eu não acreditasse que a melhor ciência aprendi com a soma de tudo: o Marcinho a falar de sexo no intervalo da aula, a garota insuportável cujo nome mantenho em sigilo para não polemizar - mas ela ainda deseja acumular seus diplomas... para exibir suas belas formas em classe? Onde está seu cérebro, uai?! Os amigos que deixei na lembrança de trabalhos em grupos e os que levei para as atividades extracurriculares, bem pessoais a discutir o amor, o sexo, a música e brindarmos pedacinhos de nossa história em qualquer banco que não seja da Universidade Federal de Alagoas. Renatinha, agregada à Comunicação Social, exercida lato sensu e em senso comum... das Letras para nosso ciclo de comunicadores de enredos próprios e polivalentes. Quantos talentos descubri nas faces de muitas cores, no arraso da beleza de Luciana, no quintal de Déa Elena e Oliver para juntar os pedacinhos de acadêmicos e formar o nossa universalidade, a tonfa do Gabriel que virou piada minha no aniversário de sua dama... ILBS, que virou sigla para alegorizar nossos sorrisos descontraídos! Olha, a Sandra eu vi ontem para matar saudade de suas mil e umas dúvidas e tormentos; ela me pareceu muito bem, obrigada!

Fora essas recordações, têm as novas experiências para agregar à minha futura lembrança dos últimos dias na terra natal. Eu volto, talvez brevemente, quem sabe demore mais, quem sabe, quem sabe me diga?!

Esse último mês para esquecer trincheiras do norte mais leste, de povos e invasores, de tanta cana-de-açúcar, meu Deus! Os latifúndios que eu sempre recordo, associando às minhas viagens a Recife dos canais e rios, de outro amor, de outra dor, de alguns amigos que ali reconheci. Ah, esse julho próspero, tão nervoso, doloroso e ensurdecedor dos gritos que só eu escuto nas batidas do coração que reclama uma paixão fervorosa, talvez caprichosa para ocultar outro discurso e enveredar pela mesma semântica, como quem passeia pelo canaviais a fim de lembrar que há doçura em matéria prima, e revelar a Cazuza que amor tranquilo pode ser saboreado no caule, sem mesmo alcançar à altura onde está a fruta que a vida colocou mais alta para selecionar espécies.

Julho que me trouxe a pancada no ego inflado que subestimou uma nobre figura, de álbum novo. Eu vi a carne tentar o fraco. Eu ainda assim subestimei a carne, reduzindo-a à carne e só. Carne do corpo que comovia minha testosterona, como apelo ao último prazer com nome e sobrenome nesta terra onde minha mãe gerou seu fruto.

Aqueles olhos desejosos passaram a ser o olhar e desejo de olhar mais vezes. Aquele tronco virou o cheiro lembrado pela cama que denuncia e intima a memória a funcionar. Aquele beijo parece, agora, o gosto que eu subestimei sentir por mais de uma semana até que enjoasse. Mas não. Dei-me conta de que minha satisfação começa na matéria, mas sempre termina no epicentro das minhas sinapses, causando turbilhão de sensações muito além (leia-se profundo) da epiderme. Minha vocação, assim, é essa mesma, de acumular os talentos descobertos e abarrotá-los na cavidade mais preciosa do meu peito canalha.

Aí eu cuspo a nicotina para que meus beijos sejam bem mais saborosos como quem acabou de comer cajá e pé-de-moleque. Diga-se de passagem, que um dia alguém falou que tinha gosto de tapioca recheada da orla da Jatiúca, bem próximo à Praça Vera Arruda, criminosa, dos nossos atentados ao moral dos mirins que ali circulam e brincam entre os narcóticos que aproveitam o policiamento escasso e suas liberdades acorrentadas a alucinógenos.

Eu só queria ver mais uma apresentação de coco-de-roda, escutar o máximo que posso o sotaque dos meus afins, porque hei de ouvir novas variações linguísticas, de me aprisionar no trânsito mais louco, e ver um azul mais cinzento, de olhar o relógio com mais pressa, entre tanto concreto e garoa cotidiana até que eu apague a luz de onde dormirei e volte a sonhar com meu lar materno, a ouvir as queixas de D. Sônia, a receber as ligações do Leandro (aproveitando a promoção da Tim), a ver o brilho nos olhos de minha irmã ao requintar seu novo e conjugal patrimônio, a descobrir as coisas em comum com o amigo Roosevelt, e todas as outras possibilidades que eu tenho dentro do meu mundinho cheio de olhares críticos e meus monólogos reclamantes do baú que um certo mané me intitulou musicalmente.

Não estou abdicando meus desafetos nem meus laços de fraternidade. Vou priorizar uma tema que há muito tempo deveria ser mais importante em detrimento da vida mansa, da fala mansa, do 'bem ali' que eu chego logo. Fazer meu nome, como dizem os egocêntricos - sim, eu tenho minha parcela de culpa! -, cogitar novos odores de metrópole, vivenciar oportunidade de visionário retirante, construir paredes mais fortes para que o lobo ocioso não desmanche com seu sopro, cavar, alicerçar e levantar vigas de profissionalismo, aprender com os privilegiados do 'melhor mercado', ensinar gírias das Alagoas e o que acreditarem ser comum de qualquer habitante do planeta. Enfim, quero voltar com o sentimento de saudade da terra onde se pisa com mais firmeza e certeza de amiga mão à queda e, sobretudo, voltar para encher o peito do ar que o amor de muito tempo já é solidificado, para gozar das minhas férias já sonhadas no seio e celeiro de meus primordiais ensinamentos.

16 de julho de 2009

TEMA 03 - Sentidos Simultâneos


O Crime do Monarca

Nenhuma faixa ou placa de aviso indicava o reino desconhecido no fim do túnel. Lá, tudo era quase nada; era ínfimo porque havia ainda resquícios do silêncio e som. Um não suportava a presença do outro. Ora, denunciavam-se os ruídos de sobrevivência; ora, o dedo indicador imperava transversalmente sobre os lábios da inexistência: calavam-se todos os rumores...

Às 27 primaveras de andança, a Policromia resolveu desbravar o lugar de ninguém, como se fosse sua solitária cruzada para catequizar a própria alma, refletora de si mesma – uma espécie de retiro à parte de um mundo de enlaces descartáveis. Entretanto, ela não poderia imaginar que o Preto teve igual ideia, mas com propósitos particulares de fuga dos holofotes ameaçadores de sua identidade ausente.

Assim, estabelecia o encontro inusitado de quem é de sinérgica consciência sobre cada nuança da vida com aquele que, de má fama e timidez, tomava a coroa e sentava ao trono na ausência de tons, quando a retina ociosa abdicava a monarquia.

O tempo já denunciava necessidade de ajustes no império dualista. O Preto não queria ver as cores quentes na primeira manifestação de cálidas insatisfações que a Policromia se queixava, aproveitando o protagonista silêncio das horas em que os rumores estavam a léguas da terra nativa. No entanto regressaram, porque já havia boatos, a intuir a possibilidade de desafeto em território aquém dos movimentos essenciais de vida.

O Preto resolve – fugitivo de ruídos – ausentar-se.

A Policromia resolve – combatente a silêncios – capturar presença.

Aquele dia não poderia deixar de ser um marco para a união de sentidos. Não havia ninguém para presenciar a ausência de cores (Preto) e o lamento da Policromia, que unida ao som, desesperada por alguma notícia, clamava ao partícipe de uma fuga:

- O dia, com todas as cores, seria alegria, seria perfeito, se não faltasse o Preto!

Mas parece que o partícipe cumpriu seu sentido no crime: permanecer calado, sob a lei do silêncio.

A Policromia desde ali viveu à paisana.



10 de julho de 2009

Papel Palpável

Dom Quixote, de Cervantes, inspirou.
Leigh/Darion escreveram, em 1965.
Elvis Presley cantou ao vivo.
A indústria cultural divulgou.
Chico (Buarque) fez versão.
Bethânia (,Maria) interpretou.
Eu transcrevo o verso da versão lusofônica,
condicionada ao prisma pessoal e,
quem sabe, ao destino que já está de malas prontas.



"E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão."


O Afogamento

Derrubei um botijão de 20l de água mineral no chão. Houve uma rachadura, a água escorreu por toda a cozinha e o impacto fez respingar algumas gotas na bermuda preta com detalhes em verde e branco.

Foi a primeira vez que tal acidente me acontecia. Eu fiquei em pânico pela pouca água potável no planeta, pelo susto e por três contos de reais irem por água a baixo...

Lá estava eu, a enxugar o molhadeiro na cozinha; e a água se misturava com o pelo do gato que voa involutariamente, com pedacinho de macarrão instantâneo que a minha irmã comeu no almoço. Ficou uma meleira. E eu, a enxugar e limpar 20l desperdiçados num acidente caseiro.

Ai, que sede de vergonha!

Água potável, que absorvida pelo pano de chão e a sujeira dele, tornava-se alimento de esgoto.

Tanta água e um banho a meio-corpo me fez lembrar O Afogamento (La Noyée) de Yann Tiersen para Amelie Poulain. Recordando também o dia 4 de janeiro - uma mensagem pessoal no MSN, onde alguém me lembraria após dias. Lembrei-me também do fôlego preso na Semana Santa com grandes amigos em Barreiras do Coruripe, em um braço de rio, testemunha de tantos risos e fofocas. Então, depois de arrumar toda a bagunça molhada, secar incidente da tarde - a coisa mais excitante do dia - uma pausa para ouvir violino, acordeão, melodia para cinema que marcou minha audição, com harmonia.

E por incrível que pareça, sinto-me feliz e molhadinho para que o pó das lindas experiências possam aderir ao meu corpo e me fazer pensar no dia que ainda não sei a diferença que fará.

Por enquanto o vento vai secando, a água vai molhando... coisa bem normal! O pó é apenas prognóstico e realização.

Minha avó está na sala, nem sabe quantas águas vão rolar.


Ouça: La Noyée (de Yann Tiersen)

9 de julho de 2009

"Debaixo dos caracóis dos seus cabelos..."

Eu tenho mania de crer em um dia que minha escrita será plausível e, além do gozo de tal prática, dela virão os bons e fartos pratos de minha mesa.
Fora isso, não tem nada que eu queira com veemência, gente boa: a paixão já me dói o corpo, a felicidade também é à conta-gotas e os amigos cativos estarão sempre no horizonte que enxergo sem que a mesma cidade o veja.
No mais, a paz para dormir algumas horas diárias, a cerveja para dias quentes em minha cidade natal e as orações de minha mãe vão me deixar saber que um ídolo é imortal: conheci o amor verdadeiro de preciosa fã em vida.

6 de julho de 2009

Na Rede [ : ] Dos Sentidos Simultâneos

Toda semana, lançamento de um tema; oito sentidos lançados em torno dele.


Por:



Adriano Antunes
EscritorPorto Alegre - RS

Cristian Mossi
Artista Visual
Santa Maria - RS

Cristiano Casado
Jornalista
Maceió - AL

Laila Loddi
Arquiteta
Goiânia - GO
Blog:
Casa de Bricoladora

Odailso Berté
Ator-dançarino e coreógrado
Santo Ângelo - RS

Rosi Martins
Atriz e figurinista
Goiânia - GO

Walderes Brito
Jornalista
Goiânia - GO
Blog:
Mil Caracteres com Espaço

Wolney Fernandes
Ilustrador e Designer gráfico
Goiânia - GO

Imagem: Wolney Fernandes

5 de julho de 2009

Brincar de viver por enquanto Maceió


Esse sol maceioense aqueceu o final de semana de uma forma especial. Nunca pensei que, de tão saturado da mesmice do lugar, fosse ver em pequenas coisas tão grandes emoções.

Rever amigos, passear na praia, reunir a família em mesa farta no dia de domingo, pensar em fatos e criar argumentos para a semana começar no mesmo clima que termina a outra. Foi possível e delicioso ver, em generalidades, detalhes que uma mente criativa conflui de graça.

Lugar bonito como eu não via mais, gente bonita que eu não sabia: beleza está nos olhos de quem vê?

Devo ter engordado mais alguns prazeres sem culpa. Devo ter agradado alguns companheiros desacostumados com meu sorriso. Não devo mais nada às instituições credoras da minha agonia à conta-gotas.

Dever cumprido? Absolutamente, não! Eu nem quero saber de findar ou esperar findar os suvenires estáticos numa estante que insiste em decorar hábitat de receios. Eu quero fazer, desse teatrinho de vida, marionete sob o manuseio até aonde minha imaginção chegar.

Senhoras e senhores, o espetáculo está começando!


Imagem: divulgação