22 de setembro de 2009

À procura do berço esplêndido.

- Que carinha mais pra baixo! Disse Lugarinho, à constatação fática.

Nem todos os dias nossa cabeça se inclina na direção upstair.

Ontem, minha mãe interrompeu meu jantar com um telefonema preocupante: sua costante preocupação em saber que tudo está em ordem e progresso. A senhora do lema positivista em tempos de decisão, que carrega, no peito e na saudade, as poucas palavras da bandeira nacional e todas as palavras possíveis de quem ainda tem muito a dizer.

Receber conselhos, sermões experientes, transferência bancária e "eu te amo" nas entrelinhas é satisfatório, mas não menos doloroso. Este cuidado especial a que nos acostumamos sem poder acomodarmos permamententemente no útero metafórico, de lençóis de seda materna: conforto e proteção.

Nas estantes, vestidos de tecido áspero e necessário para consulta "sempre que precisar" há uma grande proposta, inúmeras respostas e o "esqueça e vá estudar", ecoando. E a pedrinha no sapato, incomodando, como se ela citasse de mim a razão de querer up the downstair, e conferir minha cabeça mal inclinada:

Não sei se aqui ou acolá é meu lugarzinho! Respondido, Lugarinho?

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