2 de fevereiro de 2010

Vistas à gentileza banida

Estava aqui pensando com os meus pauzinhos: qual o nível exato da desconfiança? Por que a gente tem de desconfiar, em graus mínimos que sejam, da gentileza? O ato gratuito, desconectado das reações equivalentes, que dorme nas camas inimagináveis e não se vê a hora que ele acorda, até que apareça de rosto lavado, explicitando cada centímetro de seu crescimento.
Então descobri que não há ponto a se dormir, tranquilo, porque tranquilidade deve fazer virgília. Eu acordei sem saber onde estava a gentileza, ainda que haja receio de exposição de sua prevalência - até tal ponto aceitável.
Eu poderia pintar, sobre os muros, todos os meus argumentos e doações em palavras gentis, mas tudo apagariam, cobrindo-o com tinta fresca.
Podem passar tinta branca e aparentar limpeza e paz, quando na verdade nem podem eleger cor, porque há conceitos que não hão de merecer um risco que seja.
Neste embalo de furta-cor, a ilusão óptica decide qual dança de cores é possível enxergar. Antes do cinza, havia gentileza multicolorida, expressa na tonalidade que engana, mas mantém o convite ao remexido, ao passo que a luz que, agora, incide é quem decide o que a gente vê.


Um comentário:

  1. Agora você me fez lembrar do poeta Gentileza. Eu o conheci de pertinho. Por várias vezes recebia flores dele na Central do Brasil ou na Rodoviária Novo Rio.
    FOI DESSE JEITO QUE EU OUVI DIZER... deseja uma boa noite.
    Saudações Florestais !

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