23 de março de 2010

Verbete rasgado (dedicado às 'santinhas')

É pandemia.
O tesão colérico na veia de todo mundo.
Lava-se no banho e continua imundo,
Sem tratar as feridas genitais.

Dizem da pureza da santa;
"Melhor ser filho da outra"
Que sangra vida solta,
Escorre, lava, sara e transmuta;
Bombeia a cólera e concentra no ponto,
Um corte que rasga puta.

Vacinam o homem indelével,
Esboço de varão, com orgulho.
Leva em si o âmago na ponta da agulha.
Fura o rastro canino de uma só fagulha
De fogo e cólera, a incendiar vaidade.

Ele coça a coceira dela.
Ela se coça com a mão de pecado
Eu fico aqui todo suado,
Esperando o leite a ser derramado.
E a peste ronda e assola como febre amarela.

Então quem crava dentes no meu peito?
Quem arranca o pelo, como se tivesse fome?
O cão que atenta é o mesmo que consome.
A face santa cai, ao cio da banguela.
Em terra de brocha, quando se enrijece cacete...
Quem seria a rainha cadela?

Nenhum comentário:

Postar um comentário