Terminei de sonhar. Pode, assim, emitir sua conclusão a respeito da minha realidade.
Por meio desse engano, gostaria de propor, à pauta, meu arrependimento jamais descrito em linhas de outrora. Isso sim, desejo explicar que estou arrependido de muita coisa, ainda que não faça sentido descrever, em linhas, tanta coisa que já ficou jogada por aí sem que eu possa buscar ou, aquelas que estão comigo até hoje, largar no passado, à época de sua aderência ao meu estilo de vida. Assim, meu maior arrependimento é, em resumo, pessoas. Pessoas essas que me arrependo por elas e por mim também.
Arrependo-me, pois, de ter dedicado tanto tempo a alguns que jamais prestariam atenção no tempo gracioso a que lhes dei espaço. Portanto, perda de tempo; arrependido, por desperdício, por deixar passar, estar, ou qualquer outro verbo de ação a quem merecia apenas a inércia (ou quem sabe a indiferença). Perco esse tempo, em linhas, para reclamar do tempo maior que passei com pessoas que jamais pensaram em mim de forma correspondente, que não posso as obrigar, mas não deveriam simular tanto por tão nada. Garanto que não for ideia perdida ou ilusão, por tantas vezes, mas sim a necessidade de audiência que elas têm, angariar plateia para seus espetáculos de simulação. Arrependo-me, assim, de cada palavra falada quando era oportuno somente o silêncio de uma desatenção ou desapercebido caso.
Arrependo-me ainda de ter desprezado o sabor da pimenta, de ter ignorado a fragrância e seu sabor picante. Somente saindo da terceira década de vida poder ter descoberto que ardor no paladar é melhor do que... na vida.
Arrependo-me muito pouco: pessoas, falta da pimenta e de não ter investigado a fundo a perspicácia do destino no momento em que apenas cria na coincidência.
Até à próxima etapa, quando eu dormir!
O Arrependido
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