6 de outubro de 2012

Aquisição de um nome-título pra mim

Fazia tempo que não voltava aqui a fim de escrever qualquer bobagem em que eu pudesse exercitar uma escrita mais literária. Deixei essa prática de lado por falta de talento (exílio improdutivo) e meu engajamento em outros projetos. Minha vida virtual está cada vez mais fadada ao insucesso, mas continuo nela, por persistência em estender a mão imaginária e solicitar um abraço digital. Na verdade, preciso de digitais espalhadas no meu corpo, senti na memória tátil que um dia fui tocado e vestígios ficaram entre scraps e cutucadas fidelíssimas. Aproveito a tecnologia inútil de falar de si mesmo para olhos curiosos, perdidos em meio às fotos e o Esc que atualiza uma notificação de Facebook. É por lá que todos se encontram, felizes,  a contar suas vantagens; e eu não sou diferente.
Tenho escutados as mesmas velhas coisas e impulsionado a busca constante de me integrar socialmente por meio da escrita que sempre zelo, mas estou envelhecendo e o fruto mercadológico ainda não me rendeu cifras necessária para aprimorar meu discurso de sobrevivência em troca nas minhas letras.
Continuo criticando o definhamento do nosso idioma tão bonito e rico, cheio de normas primorosas que valem a pena, pela estética e imponência, quando levado mais a sério do que a rigor.
Estava comentando dia desses que há bastante tempo não escrevia no meu blog de derramamento sentimental, porque as últimas postagens tinham sidos endereçadas a um só ser no mundo que mudava nos intervalos delas, mas às vezes persistiam no mesmo foco consecutivas vezes até minha decepção. Eu me apaixono e escrevo, sempre foi assim, escrevo apaixonadamente para qualquer coisa ou pessoa que eu dedico grandes pensamentos e resumo em linhas, reais ou cibernéticas.
Normalmente sou um ser sem pauta própria e me entrego ao conjunto válido, seja ele de humanos ou circunstâncias, ainda que temporariamente seja o sonho. Desse lado onírico, subtraio minhas dores e sangro novamente em linhas, cuspindo metáforas insistentes, querendo brincar com o segredo como ele fosse algum nos dias de hoje. Segredo algum, tudo muito nu em mim. Mas ainda construo as metáforas em nome de uma poesia que seja válida até pra eu mesmo voltar aqui e ver que na feiura do espírito que me espanta, peneiro o caldo mais doce para oferecer a qualquer voluntário do meu gracioso fatalismo, que um dia pensei ilustrar páginas prefaciadas.
Deixei de ser jornalista, poeta, escritor para ser um abandono. Mas não deixei de me apaixonar, e vim aqui só pra embelezar a introdução do que considero possível de não me importar com os títulos que alguns amigos me deram e que celebram meu gosto por escrever.

Um comentário:

  1. Não sou constante no seu blog, mas todas as vezes em que apareço aqui tenho a mesma sensação: as suas linhas gritam, sangram, suam (não, não escrevi errado. É de suor que falo mesmo)... ecoam com uma intensidade que é impossível a gente não sentir junto. E gosto demais desse tipo de transferência

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