17 de fevereiro de 2020

Duplo ego

Eu tenho vontade de escrever um texto lindo para você. Sabe, ultimamente tenho essa vontade; mas estou inseguro quanto às palavras a usar, e se elas não forem lindas o suficiente?
Novamente, tenho aquela ideia vaga e a ansiedade da manhã, faz tempo que acordava às manhãs sem saber nem de mim. E se você me perguntar "o que é isso?", eu não vou saber lhe responder, eu nem estaria apto a achar umas palavras tão bonitas no meu baú fechado há tanto tempo, pois esta vontade - tanto a de escrever a você quanto a de achar as palavras mais bonitas - não passa, e não é uma caixa onde guardo coisas bonitas mas velhas que lhe dissesse sobre o entusiasmo, o sorriso dos novos planos, a outra vontade de ter planos e os novos caminhos me chamando. Você consegue perceber que tenho planos? Havia um tempo não planejado, mas sabia que ele se perdeu ali noutro tempo que não havia você, e não havia coisa alguma. E, de repente, eu acho suficiente ter esta vontade de escrever um texto lindo para você... E também eu já vou me esquecendo do baú desde que eu consegui perceber que também tenho uma coleção de palavras bonitas que também você anda me dizendo. Quem sabe a gente tenha essa parceria de escrever um ao outro e até a palavra mais doída, que esteja solta ou já guardada, ou qualquer palavra, ou nem importa a qualidade da palavra... Se ontem a palavra doída machucou um pedaço do dia, veio a palavra bonita e soprou onde ardia.
Agora até o silêncio anda dizendo coisas; o silêncio como intervalo das palavras escritas, esse mesmo para ouvir outras formas de expressão como o traço que se inicia.

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