Foram 24h de ansiedade e sofrimento. Vieram dores de cabeça e pelo corpo, que não senti igual em 28 anos de vida. Para saná-las, analgésicos, chá de boldo, muita água e medo de alimentar-me com comida sobrecarregada. Não era físico o meu problema, era simplesmente emocional.
Hoje, terei uma viagem que dirá o próximo passo do meu destino (por isso a ansiedade). Não que seja crucial o começo, mas a perspectiva de mudança, que tem teores profissionais e afetivos, dita comportamento e reações nervosas que me confundem até o entedimento acumulado sobre mim mesmo.
Aqui, nesta cidade, nos últimos dias, estou tendo aborrecimentos filantrópicos desnecessários. Minha vocação altruísta se esgotou para com gente que tem mais recursos de sobrevivência do que minha falta crescente de paciência. Eu insistia em ver bondade em pessoas que sei que carregam, no âmago, uma cápsula do amor, porém elas se entorpecem de fúria e simpatomiméticos de desajustes, puxando-me cada vez mais ao abismo onde, longe do seio materno, qualquer iminência de escavação, para mim, é apavorante.
Não adianta mais o medo. Não adianta coragem coletiva para uma mão só que puxa para tirá-los. Descobri que a força a qual recebi em palavras e atitudes mínimas é menor do que a perturbação reticente dessa legião enfurecida. E meu gosto avulso pela expressão absoluta da clareza não condiz com esse silêncio, esse grito excluído, essa ciência de absurdos, esse ar oculto de esconder-se em seus próprios enredos e pontuar o fim com um pedido desvalorizado de desculpas.
Pegaram um ventilador na potência máxima e jogaram todo intuito de sedução, sob o discurso do amor louco. Que amor é esse que só fere? Acredito nas dores consequentes do Eros gritante, mas nenhuma permuta cicatrizante fechou a marca exposta da minha ferida complexa.
Então, em 24h, contadinhas de relógio, eu feneci, eu me aliviei; o letárgico incorporou a palavra de perdão, vazia. Eu me machuquei. E desculpei. Tentei outra vez e mais uma vez disse 'não mais'.
Hoje, preciso ver as possibilidades de uma mudança interna e sair da rota da tecla batida diversas vezes - e imperdoável. Eu cuspirei todos os dias para cima, ainda que seja para ficar, dia após dia, desviando da lei da gravidade?
As dores de cabeça permissíveis são aquelas que depois de sanadas não retornam mais.
Para você vê como nem sempre um dorflex dá jeito no estress. Vamos nos blindar das adversidades com proza e poesia. Belo texto.
ResponderExcluirAmor é nichinho que dói...
ResponderExcluirMas que compensa nos intervalos indolores.
Quando persiste em só machucar, algo deve ser feito