24 de fevereiro de 2013

Da porta fechada

O quase-lá, um falta-pouco
Desde quando não subtrai
Fica o sufoco!

De subtração
Perco as contas.
Dedo aponta pra há Via Não.
Rua das mazelas,
Número improvável.
Estabeleço meu endereço
E esqueço do passado.

Quando vejo lá em frente,
Novamente,
Falta pouco.
Repetidas vezes,
Um de grão em grão.
Estou cheio de papo reto.
Papo cheio, curvilíneo,
A sombra do meu pescoço aponta o nó.

Olha, jamais me acusaria de perdas
Se os danos causados eu contasse...
Pouco.
Eu perdi mais uma vez
Pra encontrar eu-outro;
Achar que é novo
O endereço que passei
À porta.

Se a vida fosse máquina registradora,
Em cada soma de pouquinho:
[sinal de igualdade]
Números díspares.

Quantos zeros à esquerda?
Quanta destra mão a bater nessa porta!
Uma maçaneta que canhotos braços,
Esticados, bem-vindos de frontais encontros,
Entrelaçariam nos meus ambos cúmplices
Braços estes que se lamentam:
"Dois são poucos."

Distribuir abraços,
De porta em porta,
Como se fosse um dia de boas-vindas
Infindas a aliviar sinais desabrigados.

Um pouco mais.
[sinal de soma]
Quanto melhores e mais forem sinais
E a razão pela qual se conta nos dedos...
O sinal de igualdade anuncia:
Fechado para conferir saldo.

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