Destino-menino, bora lá!
Para o que der,
Para o que vier?
Quanto há de crescer, envelhecer?
Deixa-me aqui ficar.
Deixa-me estar assim
Num laissez-faire, laissez-passer,
Quando o deus-dará der,
Quando eu novamente acreditar.
Já não posso esperar vir,
Atolado num eterno porvir
Que jamais alcancei,
Quem não mais vai chegar?
Fica de graça, tão barato, dá onda
No mar-conforto do sorriso
Que esconde no fundo o pranto.
Não posso eu viver deste encanto?
Não há sereias no mar!
Não há peixe para comer depois de afogar.
Formigas sobem pelas minhas pernas cansadas.
Porque o doce, que era doce...
Escorre pela pele a baixo
E faz gotas pesadas nos meus pelos.
Já não quero repetir a receita,
Ingredientes que há muito estão cozendo.
Queimou, amor, no forno quente da história.
Deitei-me sobre o amor e dormi neste frio
Enquanto tua língua continua só lambendo.
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