11 de dezembro de 2009

Você precisa de mim?


E você sabe de que eu preciso? Eu respondo:

Eu preciso da sua falta de vergonha em assumir seus guetos às guilhotinas, para que elas partam a vida e separem o meu lado bom do meu outro lado.
Eu preciso do tiro que você dá, para aniquilar desumanos e que eles levem consigo o resto da soberba que lhes faltam para se sentirem vivos.
Eu preciso das baratas que festejam às migalhas quando você esquece a vida, e das traças que roem suas vestes, porque pouco valor você lhes dá, e elas podem me fazer acreditar em hábitat.
Eu preciso de cada gole que você engole e que todo ele me dê ânsia de vômito e eu despeje em qualquer lugar toda essa sujeira que a vida me fez beber.
Eu preciso da sua insanidade para que, às vezes, eu me sinta desentendido da realidade.
Eu preciso de cada centavo que você desperdiça em prazeres colossais em quinze segundos, para que seja eterno cada quarto de minuto que eu conto no relógio da estupidez.
Eu preciso das mazelas que você transborda no happy hour do esquecimento de quatro por cento de suas vendas, porque percentual algum já é totalidade para quando eu deseje implodir o dia inteiro, alguns dias.
Eu preciso do seu ronco para perturbar os apáticos e vê se neles provoco alguma reação adversa.
Eu preciso da desorganização da sua vida além-labor porque, certamente, há horas que preciso ver as coisas espalhadas sem ordem, no anseio anarquista.
Eu preciso da sua reabilitação para que um dia eu saiba que para trás ficaram imposições do status quo (não desmerecendo a importância).
Eu preciso mais de mim do que o pouco que você teve, e que julga precisar. Só não preciso parar o tempo e esquecer de meu propósito, porque você não tem tempo preciso para se reabilitar e perceber o que precisou era pouco e se acabou.

Imagem capturada de http://sercristaoemaravilhoso.files.wordpress.com/2009/06/forca1.jpg

Nenhum comentário:

Postar um comentário