12 de outubro de 2017

Prazo

Do tipo que apostou na preponderância,
Como sempre, e quase cansado de esperança,
Fosse apenas uma falha, fosse apenas uma...
Foram tantas outras em seguida, de passos em pressa,
Já não interessa um por cento de quase nada.
Foram tantos outros passos em direção oposta.
Mas, para quem aposta, ainda acredita
Que a vida leva e traz o que deve ou não ser.

Foram mais e mais metades ou partidas de ócio
Do tempo que me deram ossos de tempo em tempo,
Quinze minutos antes do sono ou alguns segundos afins
Desgastados pelos ventos do norte, e fragmentos
Feito um limite a preencher por várias vezes,
E pouco de cada vez... não bastasse o restinho de tudo,
Seria mais cedo ou tarde viver sem saber.

Contudo o pensamento precisa ser dito,
Sabido é particípio inicial de alguém - coragem! -,
Ainda que doa, ainda que nada seja doação completa,
Transborda a meta do teu medo arredio de entrelinhas, só elas...
Quanto aos meus termos que conclamam desejo,
E fúria desde quando não fosse logo tão longe de mim,
Não fosse a opção incerta a ausência de dúvida,
Estaria certo de que fascínio era a medida exata.

Mas quando se encosta na paciência cômoda
De teus intervalos, e se incomoda com brevidade,
Depois se irrita com demora, e não se comemora
Importância coadjuvante nos lugares remotos,
Nos passados minutos após a hora marcada...
Marco no relógio para que o ponteiro passasse
E transbordasse instantes imprevistos,
Enquanto tramo texto qualquer - preâmbulo pronto-,
Para, em certo ponto, tremer ao desenlace.

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