25 de janeiro de 2018
Ela sempre vai entender
Minha adorável criança, me permita ser piegas, me deixe desnudar de minhas vestes sujas do dia em que lobos devoradores morderam meu corpo inteiro e que os sapos degolados esperando se afogarem no sangue de suas próprias gargantas dentro da minha garganta, obrigada a os engolir de fé e de propósito, balançaram meu estômago, como de praxe. Tudo hoje me fez esquecer a gramática normativa, mandar se foder a fundamentação taxativa, deixar a língua ferrenhamente choramingona entre meus dentes rangentes de dor e um pouco de piedade de todos nós; um dia qualquer feito um traço a lápis, naquela folha arrancada do meu caderno onde apenas você escreveu meu apelido, nunca mais será qualquer coisa feita. Nada está pronto. Minha pequena galáxia de mundos completos de coisas que brilham da sua luz neste coração esplêndido. Eu quero misturar o mais puro cacau ao leite da pedra que estava no meu caminho da quarta-feira e adoçar com minhas lágrimas que derramam o amor que cresce em mim cada dia por ter uma nova amiga crescendo e olhando, viva, nos meus olhos... quanta graça a vida sem merecimento e eu ganhei você de presente até no dia em que só pude retribuir sua grandeza com meu enorme abraço e goles de chocolate, pois já cantaram que dele o amor é feito. Há espaço de sobra para que você caia livre e vá de uma a outra ponta das mãos neste território que abro a você com meu caminho de toda vida: cabe você e só você sabe o calor verdadeiro que ninguém talvez tenha experimentado. Vou acordar todo dia com esta vontade de ouvir qualquer coisa que você diga, e responder a qualquer pergunta que você faça, deixando sê-la singular a mim, no plural de todos nós, diversos nós a desatar com a força das nossas mãozinhas. Estarei sorrindo no dia que você queira me fazer uma "trollagem", menina, pois eu adoro quando você fala dessas tecnologias banais emprestadas à fala, como o sujeito mais importante da oração que me nego a repetir desde alguns anos atrás, eu, eu talvez às vezes me esqueça de mim, mas jamais de você. Se eu me calar por necessidade no momento em que o silêncio foi apregoado pelo arauto da sala de estar, não estando... Então virá gás que dá entusiasmo, me fará respirar seu cheiro bom, sentir a cabeça doer e ainda me render a lhe dizer algumas palavras doidas. Não seja apenas uma princesa, por mais linda que esteja posta no castelo, mas saiba que os braços continuam abertos, na casa simples, mas que pode saber que é sua e jamais irá à leilão, nem cobiçada por quem não vê que o rei está nu. Casa minha e sua; nosso lar é maior que uma bíblia inteira de promessas caducas, de nojos que indesejados ventos sopram ao seu ouvido. Quero com você deitar, agora, ouvir sopros de sonhos que, na verdade, nunca morreram, mesmo que tenham me matado três dias seguidos. Eu sonho por nosso carinho inocente, pois não sou pai, sou irmão em nosso conceito de alma densa e plena, tipo, polos atraídos de tudo que for grande e nada nos alcance. Quem quiser invadir nosso terreno que suporte, então, seu próprio peso sobre esse chão que só nós dois sabemos de que matéria se constitui. Pisa com força, miúda moça; torça comigo, que eu oscilo, mas nenhum abalo sísmico fará que eu desista de mim e de você. Nunca. Tá entendido, Bia?!
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