30 de setembro de 2019

Huambo, 2022.

Estive sentado por duas horas debaixo de uma árvore, no Jardim da Cultura, à sua sombra, ao calor miserável, quase cozinhando, observando as misérias invisíveis da guerra, agora, após a paz. Eu vi ovibundos, filhos bantus de muito tempo. Quase duas décadas e eu não tinha aprendido nada mais do que olhar para o meu umbigo e olhar para fora ou ao redor meio que irresponsável: um observador imprestável sentindo ainda o corte umbilical. Duas horas e um minuto, este tempo, e, finalmente, fizeram todo o sentido - o irmão me dizia amiúde - os efeitos da solitude.

Nenhum comentário:

Postar um comentário