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"Bombas na guerra-magia
Ninguém matava
Ninguém morria...
Nas trincheiras
Da alegria
O que explodia
Era o amor."
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Da alegria
O que explodia
Era o amor."
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Gal Costa cantava a Festa no Interior, de Moraes Moreira e Abel Silva, no ano em que eu nascia. Era começo da década de 1980, anos nem tão pacíficos quanto os atuais. No entanto, a canção de 1981, fazia analogia aos ruídos e cores da guerra de outros olhares, que visavam ao carnaval do ano seguinte. Explosão de sucesso.
2010, na cidade que possui o carnaval mais famoso e alegre do mundo, Rio de Janeiro, o dia de hoje foi marcado por uma guerra de combate à criminalidade, uma festa - sentido alegórico para a repercussão midiática - onde civis e militares transitam entre fogos devastadores e trincheira armada as quais dão vazão ao medo.
No epicentro da tragédia social - Vila Cruzeiro, no bairro da Penha - nada é muito fantasioso: unidades do Caveirão (carro blindado do Bope) e seis tanques da Marinha, do modelo M113, municiados com metralhadora .30. E contabilizando números milicos, já são, até a tarde desta quinta-feira (25), 350 homens, sendo 200 da Polícia Civil e 150 do Bope.
A operação policial foi resposta aos ataques acontecidos no último domingo, que, desde lá, quando criminosos atacaram as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), trouxe uma onda de violência à capital fluminense, com arrastões, veículos queimados e ataques a forças de segurança.
Repercussão
O carnaval nem a guerra podem ser considerados eventos divinos por uma sociedade de maioria cristã, como a nossa, certo? Mas vox populi vox dei: o povo começa a manifestar suas impressões, sobretudo por meio de redes sociais. O Twitter, por exemplo, que oferece um medidor, elencando verbetes e expressões hashtag (denominados Top Trends), foi dominado por opiniões referentes ao evento no Rio de Janeiro. São pessoas desejando #PaznoRio; outras, mencionando personagens dessa terrível história. Há também a contabilidade dos números cruéis, que até a tarde de hoje, já somam mais de 20 veículos incendiados, 11 presos e cerca de 10 mortos.
Violência generalizada
A Violência não é caso isolado no Rio de Janeiro. Ultimamente, são expostos na mídia fatos que vão além da clássica mocinho e bandido: gays sofreram atentados homofóbicos, em São Paulo; o crescente número de moradores de rua assassinados em Alagoas, etc.
Quem vive de fonte extra-oficial não morre desinformado. Esta semana, soube que o município de Águas da Prata, a 238km de São Paulo, teve seus dois primeiros homícidios de sua história.
É a violência chegando a rincões de pouco mais de 7 mil habitantes.
Fontes: Yahoo!/ G1.com / GloboNews
Imagem: http://travellingboard.net
Muito boa analogia, Cristiano!
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