13 de maio de 2009

Pêndulo de Lobo e Cordeiro


Um homem que anda armado não é só um homem com porte de arma. Ele se apresenta armado ao mundo: é defesa, estou certo disto!

Armar-se não é atacar o imprevisível, é valer-se de premissas para as situações iminentes, porque uma vida de muitos medos aglomera facilmente mais um.

Um homem que não anda armado não é só um homem desleixado. Ele não se apresenta por má educação: é defesa, tenho minhas dúvidas.

Não se armar é preocupar-se apenas com o previsível, porque o verbo acontecer é a iminência que crava a carne dos mortais, visto que há um único verbo que se fez carne e a competência da imortalidade ainda é minha dúvida, como tantas outras.

Eu, definitivamente, prefiro andar desarmado, mas não hesito ao desprazer de vestir a armadura que os homens portadores dela transferir-me-ão quando necessário.

Se eles não a der, eu a roubo.

A um homem que caminhe pela retidão é possível que passe do desejo de ser imortal, como o cordeiro, à criminalidade de opositor, como o lobo. A história dos tempos roga-lhe um pêndulo, ainda que não seja tão fácil permanecer mito, fora da posição de equilíbrio.

Imagem capturada: http://revnilsonjr.wordpress.com/2008/10/04/pendulo

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