19 de maio de 2009

Restaurando o fio


O desespero de Ariadne só durou até que Dionísio tomasse sua providência. A mitologia grega o aponta como o imortal amante, prometido pela Deusa do Amor, Afrodite, àquela desesperada pelo abandono de seu quase sacrificado Teseu.

A mitologia dos helenos ensina a viver a lógica da qual se precisa para resolver dilemas, mesmo que a situação posterior sequer seja alcançada pela imaginação. No entanto, quando se doa o novelo de linha para que Teseu possa derrotar o devorador Minotauro e regresse sem perder direção, vislumbra-se o cumprimento de sua promessa. Ah, Teseu some e o desespero toma conta da situação...

É preciso esperar Dionísio aparecer para ocupar o posto do ingrato mortal que engana e mudar o 'destino'?
Definitivamente, não!

O novelo está descomposto pelo enrolar dos fios, mas a emaranhada ferramenta é o que se necessita para continuar localizando rumos. O labirinto é permanente, mas o Touro de Minos foi derrotado: a perspectiva positiva é essa.

Outra coisa necessária é desatar possíveis nós no fio e não prejudicar sua consistência mitológica de Sistema de Posicionamento da Antiguidade Clássica. Delinear um novo caminho pode ser uma alternativa surpreendente, usando o velho fio restaurado para nunca perder o caminho de volta. Idas e vindas são necessárias quantas vezes sejam favoráveis ao fortalecimento. E não se entregar ao desepero, logicamente, porque Dionísio pode estar muito ocupado bebendo vinhos.

Ouça: Ariadne

Imagem: Ariadne and Theseus, de Jean-Baptiste Regnault

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