Olha bem teu último desejo, meu bem:
Que a noite esteja sendo proveitosa
Com a dedicação e empenho que tenho
Em tudo o que eu faço...
Eu não faço questão da noite
Faz dias.
Eu não faço dos dias, viagens e festas.
Eu nunca estive em tuas festas.
Talvez nunca estarei.
Elas não cabem em mim.
Faço da noite uma centelha
De esperança ou coisita mínima
Até por prazer em beber água gelada, a mais fria.
Fumar um cigarro, cuspir o lamaçal
Quando a água gelada se juntou à terra baldia.
Terreno abandonado, sem dono,
Sem alvará de construção.
Sem sombra de dúvidas, o espaço ocioso;
Meu ócio é tua lacuna para o lado vicioso
De quem na terra sob os pés sente e firma verdade,
Senta e se vicia no simples "só não demonstro".
Eu não estarei em tua festa,
Não estarei no fim de semana de páscoa.
Sem dias santos, só infernais.
Dia branco, madrugada adentro
Quaisquer horas são irreais na periferia
Olha no centro do umbigo,
Uma vez mais e apenas te divirtas.
Pois não há plano:
Quando não há prova,
Não tem mais engano,
E tudo se renova
Quando o copo vazio cai, parte,
Os cacos vão ao lixo
Antes que corte a mão de alguém.
Terreno baldio é lugar de ninguém.
Fica, assim, com a lacuna, meu bem
E abriga nela uma nova religião.
Devota-te à santidade - teu zelo? -
Basta, para isso, dizeres amém!
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